terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Comunismo na Etiópia

O comunismo na Etiópia
O regime que se seguiu sofreu vários golpes, rebeliões, secas em grande escala, e um problema de refugiados imenso. Em 1977, houve a Guerra de Ogaden, quando a Somália capturou a região de Ogaden inteira, porém a Etiópia só foi capaz de recapturar Ogaden após sérios problemas e graças a um afluxo maciço de equipamentos militares soviéticos e à presença militar de Cuba, da Alemanha Oriental e do Iémen do Sul no ano seguinte.
Centenas de milhares de pessoas foram mortas como resultado do Terror Vermelho, de deportações forçadas, ou da utilização da fome como uma arma contra o governo de Mengistu.O Terror Vermelho foi uma resposta ao que o governo chamou de "Terror Branco" - uma cadeia de eventos violentos e mortes supostamente causados pela oposição.Em 2006, após um longo julgamento, Mengistu foi considerado culpado por genocídio.

No início da década de 1980, uma série de períodos de fome atingiu a Etiópia, afetando cerca de 8 milhões de pessoas e levando um milhão à morte. Insurreições contra o governo comunista surgiram, em particular, nas regiões do norte de Tigré e na Eritreia. Em 1989, a Frente de Libertação dos Povos Tigrínios (FLPT) fundiu-se com outros movimentos de oposição para formar a Frente Democrática Revolucionária dos Povos Etíopes (FDRPE). Paralelamente, a União Soviética, sob as políticas de glasnost e perestroika, de Mikhail Gorbachev, começou a retirar-se do Mundo Comunista, marcando uma drástica redução na ajuda enviada por países do bloco socialista à Etiópia. Isto resultou em dificuldades econômicas ainda mais intensas e no colapso do militarismo, em face das investidas das forças das guerrilhas do norte. O colapso do comunismo em geral, e do Leste Europeu, durante as Revoluções de 1989, coincidiram com a paralisação da ajuda soviética à Etiópia em 1990. A visão estratégica de Mengistu rapidamente se deteriorou.

Em maio de 1991, as forças da FDRPE avançaram sobre Adis Abeba, e Mengistu exilou-se no Zimbabwe. Foi instituído um governo de transição da Etiópia, composto de um Conselho de Representantes de 87 membros e guiado por uma constituição de transição.
Em junho de 1992, a Frente de Libertação de Oromo retirou-se do governo. Em março de 1993, membros da Coalização Democrática de Povos do Sul da Etiópia também se retiraram. Em 1994, uma nova constituição foi escrita, formando-se uma legislatura bicameral e um sistema judicial.
A primeira eleição livre e democrática teve lugar em maio de 1995, quando Meles Zenawi foi eleito primeiro-ministro e Negasso Gidada, presidente, embora tenha havido suspeitas de fraude nas eleições. Essa suspeita é apoiada pela avaliação muito baixa de Zenawi na Etiópia.
Redação e Texto: Marcus García.
Fonte: Wikipédia.









sábado, 13 de outubro de 2012

Rainha de Sabá

Rainha de Sabá

A rainha de Sabá (em ge'ez: ንግሥተ ሳባ, transl. Nigista Saba, em hebraico: 'מלכת שבא, transl. Malkat Shva, em árabe ملكة سبأ‎, transl. Malikat Sabaʾ) foi, na Torá, no Antigo e no Novo Testamento, no Alcorão, na história da Etiópia e do Iêmen, uma célebre soberana do antigo reino de Sabá. A localização deste reino pode ter incluido os atuais territórios da Etiópia e do Iêmen.




Conhecida entre os povos etíopes como Makeda (em ge'ez ማክዳ, transl. mākidā), esta rainha recebeu diferentes nomes ao longo dos tempos. Para o rei Salomão de Israel ela era a "rainha de Sabá". Na tradição islâmica ela era Balkis ou Bilkis. Flávio Josefo, historiador romano de origem judaica, a chamou de Nicaula. Acredita-se que tenha vivido no século X a.C..

Na Torá, uma tradição que narra a história das nações foi preservada em Beresh't 10 (Gênesis 10). Em Beresh't 10:7 existe uma referênca a Sabá (Shva), filho de Raamá, filho de Cuxe, filho de Cam, filho de Noé. Em Beresh't 10:26-29 há uma referência a Sabá - listada ao lado de Almodá, Selefe, Hazarmavé, Jerá, Hadorão, Usal, Dicla, Obal, Abimael, Ofir, Havilá e Jobabe, como os descendentes de Joctã, filho de Héber, filho de Salá, filho de Arfaxade, descendente de Sem, um dos filhos de Noé. A questão sobre se a rainha de Sabá representaria uma ancestral dos hamitas ou dos semitas suscita debates passionais até hoje.

Em 8 de maio de 2008, a Universidade de Hamburgo anunciou oficialmente que arqueólogos alemães, depois de uma pesquisa comandada pelo professor Helmut Ziegert, descobriram os restos do palácio da Rainha de Sabá, datados do século X a.C., em Axum (Aksum), uma cidade sagrada da Etiópia, sob um antigo palácio real.

A rainha de Sabá no judaísmo e no Velho Testamento

De acordo com a Torá e o Velho Testamento, a rainha da terra de Sabá (cujo nome não é mencionado) teria ouvido sobre a grande sabedoria do rei Salomão de Israel, e viajado até ele com presentes de especiarias, ouro, pedras preciosas, e belas madeiras, pretendendo testá-lo com suas perguntas, como está registrado no Primeiro Livro de Reis (10:1-13) (relato copiado posteriormente no Segundo Livro de Crônicas, 9:1-12).

O relato prossegue apontando a rainha como maravilhada pela grande sabedoria e riqueza do rei Salomão, e pronunciando uma benção sobre a divindade do rei. Salomão respondeu, por sua vez, com presentes e "tudo o que ela desejou", após o qual a rainha retornou ao seu país. Aparentemente, a rainha de Sabá seria muito rica, já que ela teria trazido 4 toneladas e meia consigo para presentear ao rei Salomão (I Reis, 10:10).

Nas passagens bíblicas que se referem explicitamente à rainha de Sabá não há sinal de amor ou atração sexual entre ela e o rei Salomão. Os dois são descritos apenas como dois monarcas envolvidos em assuntos de estado.

Outro texto bíblico, o Cântico dos Cânticos, contém algumas referências que, por diversas vezes, foram interpretados como se referindo ao amor entre Salomão e a rainha de Sabá. A jovem mulher do Cântico dos Cânticos, no entanto, nega continuamente as insinuações românticas de seu pretendente, que muitos estudiosos identificaram com o rei Salomão. De qualquer maneira, não há nada que identifique esta personagem deste texto com a rainha estrangeira, rica e poderosa, descrita do Livro dos Reis. A mulher do texto da canção claramente indica umas certas "filhas de Jerusalém" como suas iguais.

A tradição etíope posterior afirma com segurança que o rei Salomão realmente seduziu e engravidou sua convidada, e possui um relato detalhado de como ele o fez (ver a seção posterior relevante), um assunto de importância considerável para o povo etíope, já que a linhagem de seus imperadores remontaria àquela união.

A rainha de Sabá no islamismo

O Alcorão, texto religioso central do islã, nunca menciona a rainha de Sabá por seu nome, embora as fontes árabes a chamem de Balqis ou Bilqis. O relato corânico é similar àquele da Bíblia; a narrativa conta como Salomão recebeu relatos de um reino governado por uma rainha cujo povo venerava o Sol. Ele enviou uma carta, convidando-a a visitá-lo e discutir sobre a sua divindade, relatada como sendo Alá), o Senhor dos Mundos (Alamin) no texto islâmico. Ela aceitou o convite e preparou enigmas para testar sua sabedoria e seu conhecimento. Então, um dos ministros de Salomão (que tinha conhecimento do "Livro") propôs trazê-lo o trono de Sabá "num piscar de olhos". Diante do feito, a rainha chegou à sua corte, mostrou-lhe seu trono, entrou no seu palácio de cristal e começou a fazer as perguntas. Impressionada por sua sabedoria, ela louvou sua divindade e, eventualmente, aceitou o monoteísmo abraâmico.

Visão no islamismo atual

Alguns acadêmicos árabes modernos têm identificado a rainha de Sabá como uma soberana de uma colônia ou entreposto comercial no noroeste da Arábia, estabelecido por reinos da Arábia Meridional.[carece de fontes?] As descobertas arqueológicas mais recentes confirmam o fato de que tais colônias realmente existiram, com achados como artefatos e inscrições no alfabeto arábico meridional, embora nada especificamente relacionado a Balkis ou Bilkis, a rainha de Sabá, tenha sido descoberto até agora.

A rainha de Sabá na cultura etíope



A familia imperial da Etiópia aponta sua origem a partir de um descendente da rainha de Sabá com o rei Salomão. A rainha de Sabá (em ge'ez ንግሥተ ሣብአ, transl. nigiśta Śab'a), é chamada de Makeda (ge'ez: ማክዳ) no relato etíope (que pode ser traduzido literalmente como "travesseiro").

A etimologia de seu nome é incerta, existindo duas correntes principais de pensamento divergindo sobre sua fonte etíope. Uma delas, que inclui o acadêmico britânico Edward Ullendorff, mantém que o nome seria uma corruptela de Candace, uma rainha etíope mencionada no Novo Testamento (Atos dos Apóstolos); a outra corrente liga o nome à Macedônia, e relaciona esta história com as lendas etíopes posteriores sobre Alexandre, o Grande e o período do século IV a.C.. Muitos acadêmicos, no entanto, como o italiano Carlo Conti Rossini, não se convenceram por nenhuma destas teorias, e declararam o assunto como ainda não-resolvido.
Uma antiga compilação de lendas etíopes, o Kebra Negast ("Glória dos Reis"), foi datada como tendo sido escrito há 700 anos, e relata a história de Makeda e seus descendentes. Neste relato o rei Salomão teria seduzido a rainha de Sabá e tido com ela um filho, Menelik I, que se tornaria o primeiro imperador da Etiópia.

A narrativa contida no Kebra Negast - que não encontra paralelo na história bíblica - é de que o rei Salomão teria convidado a rainha de Sabá a um banquete, servindo comida condimentada a induzi-la a ter sede, e convidando-a para passar a noite em seu palácio. A rainha pediu-lhe então que jurasse não a tomar à força. Ele aceitou com a condição de que ela, por sua vez, não levasse nada de seu palácio à força. A rainha assegurou que não o faria, ofendida pela insinuação de que ela, uma monarca rica e poderosa, precisaria roubar qualquer coisa. No entanto, quando ela acordou no meio da noite, sedenta, pegou uma jarra de água que havia sido colocada ao lado de sua cama. O rei Salomão então apareceu, avisando-a de que estava a descumprir sua promessa, ainda mais pelo fato de que a água, segundo ele, seria a mais valiosa de todas as suas posses materiais. Assim, enquanto ela saciou sua sede, ela libertou o rei de sua promessa, e passaram a noite juntos.

A tradição de que a rainha de Sabá bíblica teria sido uma soberana da Etiópia que visitou o rei Salomão em Jerusalém, no antigo Reino de Israel, é referendada pelo historiador romano de origem judaica Flávio Josefo, que identificou a visitante de Salomão como sendo "Rainha do Egito e da Etiópia".

Enquanto não existem tradições conhecidas de matriarcado no Iêmen durante o início do primeiro milênio a.C., as primeiras inscrições dos governantes de D'mt, no norte da Etiópia e da Eritréia, mencionam rainhas de status elevado, possivelmente até igual ao de seus reis.

Para a monarquia etíope, a linhagem salomônica e sabaítica tem considerável importância política e cultural. A Etiópia foi convertida ao cristianismo pelos coptas do Egito, e a Igreja Copta lutou por séculos para manter os etíopes numa condição de dependência e subserviência fortemente ressentida pelos imperadores etíopes.

A rainha de Sabá no cristianismo



Além de sua menção no Velho Testamento, a rainha de Sabá é mencionada, como Rainha do Sul, no Novo Testamento, quando Jesus Cristo indica que ela e os ninivitas julgarão a geração dos contemporâneos de Jesus, que o rejeitaram.

As interpretações cristãs das escrituras enfatizam, tipicamente, tanto os valores históricos quanto os valores metafóricos da história. O relato da rainha de Sabá é interpretado como uma metáfora e uma analogia cristã: a visita da rainha a Salomão foi comparada ao casamento metafórico da Igreja com Cristo, onde Salomão seria o "ungido" (Cristo), ou messias, e Sabá representaria uma população de gentios que se submeteu ao messias; a castidade da rainha de Sabá foi descrita como um presságio da Virgem Maria; e os três presentes que ela teria levado a Israel (ouro, especiarias e pedras) foram vistos como análogos aos presentes dos Três Reis Magos (ouro, incenso e mirra). Esta última analogia, em particular, é enfatizada como sendo consistente com uma passagem do Livro de Isaías (60:6): "todos virão de Sabá; trarão ouro e incenso e publicarão os louvores do Senhor."

Visão medieval

Entre as obras de arte realizadas na Idade Média que retratam a visita da rainha de Sabá estão o "Portal da Mãe de Deus", na Catedral de Amiens, do século XIII, incluída como analogia em parte de um painel maior que retrata os presentes dos Reis Magos.. As catedrais de Estrasburgo, Chartres, Rochester e Canterbury, do século XII, contêm interpretações artísticas da rainha em vitrais e bas decorações das jambas.

Visão renascentista



Giovanni Boccaccio, em sua obra Sobre as mulheres famosas (De mulieribus claris, em latim), segue o exemplo de Josefo ao chamar a rainha de Sabá de Nicaula. Boccaccio ainda afirma que ela não só era rainha da Etiópia e do Egito, como também da Arábia, e que relatos afirmavam que ela tinha um palácio luxuoso numa "ilha muito grande" chamada Meroe, localizada em algum lugar próximo ao rio Nilo, "praticamente no outro lado do mundo." De lá, Nicaula cruzou os desertos da Arábia, através da Etiópia e do Egito, pela costa do mar Vermelho, até chegar a Jerusalém, onde se encontrou com "o grande rei Salomão".

O livro Cidade das Damas, de Cristina de Pisano também chama a rainha de Sabá de Nicaula. Os afrescos de Piero della Francesca em Arezzo (1466) sobre a Lenda da Vera Cruz contêm dois painéis sobre a visita da rainha de Sabá a Salomão. A lenda ilustrada liga as vigas do palácio do rei Salomão à madeira utilizada na crucifixão. A sequência desta visão metafórica, do Renascimento, sobre a rainha de Sabá como uma analogia aos presentes dos Reis Magos, também está claramente evidente no Tríptico da Adoração dos Magos (1510), de Hieronymus Bosch. Bosch optou por retratar a rainha de Sabá e o rei Salomão no colar vestido por um dos magos.

O Doutor Fausto, de Christopher Marlowe, se refere à rainha como Sabá, quando Mefistófeles está tentando persuadir Fausto da sabedoria das mulheres com quem ele supostamente será presenteado todas as manhãs.

Descobertas arqueológicas recentes

Descobertas arqueológicas recentes feitas no Mahram Bilqis ("Templo de Bilkis"), em Ma'rib, no Iêmen, apoiam a tese de que a rainha de Sabá teria governado a Arábia Meridional, com evidências de que a área seria a capital do reino de Sabá.
Uma equipe de pesquisadores financiados pela American Foundation for the Study of Man (AFSM, "Fundação Americana para o Estudo do Homem") e liderada pelo professor de arqueologia da Universidade de Calgary, Bill Glanzman, vem trabalhando para decifrar os segredos de um templo de 3.000 anos de idade encontrado no deserto.

Eis a História de Sabá segundo os Etiópes no Livro de Tradicões Orais,o Livro dos Reis da Etiópia:
A rainha de Sabá era linda e sábia, e usou uma capa real com sete estrelas brilhantes. Então ela entrou em Jerusalém com uma imensa caravana de camelos, carregados de pedras preciosas, ouro e incensos aromáticos, como nunca havia sido visto em Israel e que não foi visto desde então.
Salomão saudou-a e perguntou:
-Por que você veio?
E ela respondeu:
-Ouvi que és o homem mais sábio da terra, e estava curiosa se seria mesmo.
E a rainha testou Salomão com vários enigmas inteligentes, mas ele respondeu a todas as perguntas, e, assim, diz a Bíblia:
“Satisfiz todos os meus desejos”.
Salomão era bem conhecido por ser um grande amante. Suas esposas e concubinas eram tantas que não dava para contar e amou muitas mulheres estrangeiras. Sabá concordou em ficar em seu palácio apenas se ele prometesse não tocá-la, e ele prometeu não tocá-la. Mas Salomão era astuto. Uma noite, ordenou um grande banquete com os alimentos mais picantes, e logo depois Sabá estava morta de sede. Pensando que ele estava dormindo, entrou no quarto de Salomão e roubo-lhe um vaso de água. Mas ele estava acordado e tomou-a nos braços.
“Você quebrou a promessa”, disse Sabá,”e agora pode tocar em tudo.”
E a levou para cama e fizeram amor. E naquela noite Sabá sonhou que uma luz se movia no céu desde a Etiópia até Israel. Quando a rainha de Sabá voltou à Etiópia, trouxe dois presentes especiais. O primeiro foi um anel de ouro, que Salomão lhe tinha dado, como símbolo de seu amor. O segundo foi o mais precioso: uma criança em seu ventre, seu filho com Salomão. Seu nome era Menelik que significa “filho do sábio.”Menelik se transformaria no rei da Etiópia,e o primeiro dos Leões da judeía,do que descenderiam todos os reis posteriores da Etiópia. E por causa de Menelik,uma nova Jerusalém foi construída na África. Quando Menelik cresceu, queria reunir-se com o seu pai, o Rei Salomão, então foi para Jerusalém e se apresentou perante o rei:
- Saudações, Sua majestade, de minha mãe, a rainha da Etiópia. ”ele disse.”Menelik I, seu filho.
Inicialmente Salomão duvidou do garoto e se recusou a aceitá-lo... Mas quando Menelik lhe mostrou o anel de ouro, a prova do amor que ele havia dado a Sabá. Salomão se rejubilou e convidou-o a ficar e governar com ele. Mas o coração de Menelik já estava na África junto com sua mãe, e insistiu em voltar pra casa. E com ele levou a relíquia mais preciosa do templo de Jerusalém, a Arca da Aliança.
Temos aqui um documentario da BBC que conta mais sobre a História dessa Mitica Rainha,que para os Etiópes é a Matriarca!
Parte 1
 
Parte 2
,
Parte 3
Parte 4
Fontes: Wikipedia/http://civilizacoesafricanas.blogspot.com.br/Youtube.
Edição e Postagem: Marcus García.






Moda da Savana

Moda da Savana

O guarda-roupa é a savana. No sul da Etiópia, jovens surma e mursi transformam flores em chapéus, folhas em xales. Com fantasias fantásticas, eles colocam colorido no cotidiano cinzento dos povos pastoris. O fotógrafo Hans Silvester rendeu-se a sua magia



Algumas flores e gramíneas presas por um cipó e um rosto pintado de amarelo tornam este menino inconfundível. Um candidato ao concurso de adereços de cabeça.



Nas testas as mesmas flores, bem arrumadas ou rebeldes. Os rostos cobertos com padrões de pintura, como se fossem trabalhos de Matisse e Miró. As cores, aplicadas com os dedos, os amigos obtiveram da mistura de pedra moída com argila.



Folhagens secas aproveitadas, e um novo enfeite de cabeça está pronto. Espetacular e ao mesmo tempo útil, porque serve como proteção contra o sol. O verde fresco do chapéu improvisado realça o perfil, das têmporas até o pescoço.



A "moda da natureza" dos surma e dos mursi se presta, principalmente, à representação de um povo. Da extravagância até o minimalismo ela conhece vários estilos - um deles demonstrado por este jovem, que aposta no vermelho de forma comedida, mas com efeito marcante.

Os meninos, enquanto não se tornam guerreiros, devem cuidar do gado. Isso lhes dá tempo de experimentar seu talento como artistas do adereço. Alguns mudam os adornos várias vezes ao dia, como atores que trocam os trajes durante os atos.



Tão espontaneamente quanto surgem, os frágeis adornos de cabeça se desintegram. São criações fugazes que um pé-de-vento desfaz - até que outras flores e gramíneas inspirem novos enfeites.



Brincos de latão, guirlandas de folhas e a pintura, que lhes confere apenas um pálido brilho na pele. O artista se encontra no umbral do mundo adulto, e parece que ele quer se diferenciar dos mais jovens por meio de um design mais simples.



É evidente que os três pertencem ao mesmo grupo. De comum acordo, eles se cobriram com plantas secas e folhagens - demonstração da amizade que os une.



Aproximadamente 20 povos vivem no vale do Rio Omo, no sul da Etiópia. Pastores nômades em sua maioria, eles frequentemente se encontram em pé de guerra: por água, pastos, armas. O fotógrafo Hans Silvester chegou por acaso a essa região distante - mas a ela retornou várias vezes, a fim de documentar a cultura das tribos.
O grande tema do fotógrafo, hoje com 70 anos, é a arte corpórea arcaica dos surma e dos mursi. Eles transformam sua pele em tela: profundas cicatrizes e pinturas cheias de motivos abstratos constituem adereços. E eles se divertem ao se enfeitar com gramíneas, folhas e frutos da margem do Omo - um constante jogo de transformação, agora descoberto também pelos turistas. Para as tribos, isso significa uma bem-vinda fonte de renda.



O próprio Silvester teve de pagar por suas fotos. Para ele, a espontaneidade dos protagonistas parece não ter sofrido com isso: os surma e os mursi se mostraram "com a naturalidade e o orgulho característicos das pessoas do vale do Omo".

.:: Revista Geo

O Deserto de Afar

O Deserto de Afar

O fascinante deserto de Afar é conhecido como o lugar mais quente do planeta.




O deserto Afar não tem nada que ver com outros desertos como o Saara, já que em vez de areia, está cheio de sal (porque antigamente foi um lago enorme). O fato de estar coberto de sal cria um cenário todo branco e fascinante.




Fica no Nordeste de África e estende-se a quatro países: Eritreia, Etiópia, Jibuti e Somália.
Os seus habitantes mais importantes são os Danaquil (ou Afares), de origem etíope, e os Issas, de origem somali. Estão divididos em centenas de tribos.
Os Afares e os Issas podem ser classificados em três grupos: pastores agricultores, que cultivam a terra junto das fontes de água e criam animais; pastores nómadas, que circulam com os rebanhos por terras onde haja erva; e os que optaram por viver nos centros urbanos.
Os agricultores cultivam sorgo, milho, trigo, sésamo, favas, batata-doce, bananas, melão e algodão. Os pastores criam camelos, ovelhas, cabras, cavalos e burros.

Os Afares

Os Afares são perto de dois milhões. Mais de metade vive no Leste da Etiópia. Cerca de 600 mil habitam no Sul da Eritreia; outros 600 mil ocupam todo o DJibuti, e uma minoria – cerca de 60 mil – moram na Somália. Este povo permanece nestes lugares há pelo menos 2800 anos. Eles foram os que sofreram mais com a independência da Eritreia em relação à Etiópia, e do Jibuti com respeito à Somália, porque esse facto dividiu famílias.
A sociedade afar divide-se em duas classes: os «Asaemara» são a nobreza, a classe dominante, os políticos, e os «Adaemara» são o «povo».
A maioria é nómada. Vivem da criação de gado: ovelhas, cabras, vacas e camelos. Alguns dedicam-se à extracção de sal.
Um afar para ser notável deve cumprir dois requisitos: ser um guerreiro forte e vingador e ter gado. A vingança é uma prova de honra e a maior demonstração de valor viril. As mulheres afares desprezam os pretendentes que nunca mataram um homem. Elas desejam alguém que ostente um bracelete de ferro, sinal indicador de que matou dez inimigos. Por outro lado, um adulto que não tem gado é um homem de pouco valor: ninguém dá importância à sua palavra. A opinião tem mais força e dignidade consoante o tamanho do rebanho.
Todos os acontecimentos importantes da vida social – nascimentos, iniciações, casamentos, alianças, mortes e sucessões – implicam doações, intercâmbios ou sacrifícios de gado.
A iniciação dos rapazes é a circuncisão e a das raparigas é a excisão (mutilação sexual feminina).
Os matrimónios são monogâmicos em geral. Os mais ricos podem ter mais mulheres. As jovens são dadas em matrimónio a partir dos dez anos. De preferência, os noivos são primos. Os pais do noivo pagam o dote da noiva.
Os Afares constroem as casas com estacas de madeira, erva seca e folhas de árvores. Tem um formato oval. As camas são esteiras. Montar o acampamento é responsabilidade das mulheres. Quando viajam, todo o material é carregado pelos camelos. Uma cerca com espinhos rodeia o acampamento, para prevenir os ataques de animais selvagens ou dos inimigos.
A carne, a manteiga e o leite são os principais alimentos dos Afares. O leite é um ingrediente importante na tradição da hospitalidade. Quando se dá leite quente a um hóspede, o anfitrião assegura-lhe total protecção e se, porventura, ele for assassinado, a sua morte é vingada como se fosse a de um membro do clã.
Os Afares converteram-se ao Islão no século X, depois do contacto com os árabes. Todavia, mantém alguns traços das religiões naturais. Por exemplo, crêem que certas árvores têm poderes sagrados. Em certos ritos ungem os corpos com uma espécie de manteiga. Atribuem um grande poder aos restos mortais das pessoas e, todos os anos, celebram a festa dos mortos, chamada «Rabena». Muitos levam amuletos de coro ao pescoço que contêm ervas e versos do Alcorão.

Os Issas

Quinze milhões de issas vivem espalhados por oito países no Nordeste de África. Nove milhões vivem na República da Somália, dois quais dois milhões são nómadas. Na Etiópia vivem entre três e cinco milhões.
Habitam em tendas feitas de peles e couros presos em varas de madeiras curvas. O curral dos animais fica perto das casas. São as mulheres que montam o acampamento que congrega a família alargada. No caso de poligamia, cada mulher tem uma tenda. O número de divórcios é elevado. A custódia dos filhos é decidida segundo os sexos: os pais ficam com os filhos e as mães com as filhas.
O primogénito da primeira esposa é quem herda a chefia. Em caso de guerra, o conselho dos chefes de família escolhe um líder para a ocasião.
Quando viajam, levam as estacas, a pele, o couro e outras madeiras nas costas de camelos. Quando encontram um local para se instalar, agrupam-se e fazem ao redor da área uma cerca com arbustos torcidos e espinhos.
São um dos grupos mais homogéneos de África: falam uma língua comum, professam o Islão como única fé e partilham a mesma herança cultural.
Cada clã issa identifica-se através da ligação a um antepassado comum e por ocuparem sempre os mesmos terrenos. A existência de poços é que dita a escolha destas propriedades.
As mulheres e as crianças pequenas cuidam das ovelhas e cabras, enquanto os homens e os rapazes mais crescidos apascentam os camelos e as vacas. Deles retiram o leite, o seu principal alimento. A carne é só para ocasiões especiais.
As crianças aprendem a história e as tradições do povo através da poesia. Os Issa têm uma memória extraordinária e cantarolam contos folclóricos para se divertir nas longas caminhadas durante a noite.
A seca, a fome e a guerra têm dispersado muitos para os países vizinhos e dividido os seus lares. Os que fugiram para o Iémen e a Etiópia enfrentam mais guerra, mais pobreza e mais rivalidade entre os clãs. A esperança de vida é de 46 anos.

Outras tribos

Na Eritreia, além dos Afares, vivem uns 107 mil Bejas. Eles foram os primeiros pastores de África (2700 a. C.). São hospitaleiros e gentis com os outros clãs mas facilmente litigam com os estrangeiros. Seguem um «islamismo popular», que é uma mistura da fé islâmica com as suas crenças tradicionais. Contêm tribos menores, como os Ababde, Hedareb, Bisharin e os Hadendoa.
No Centro deste país moram os Tigrinya e os Bilen; no Norte – e Nordeste da Etiópia –, os Tigre; no Sudoeste, os Saho, os Kunama e os Nara; e, no Noroeste, os Rashaida

Reino de Garo

Reino de Garo

O Reino da Garo ou Bosha foi um reino no sul da Etiópia tendo sua localização na região Gibe.

O reino de Garo teve fronteiras definitivas no norte com Janjero , no leste no rio Omo , e no sul o Rio Gojeb separava Garo do Reino de Kaffa. Na falta de um limite claro sobre as suas fronteiras ocidentais, os reis de Garo reino havian construído uma série de trincheiras e portões para se defender das invasões dos Oromo e do Reino de Jimma.

Garo sobreviveu como um estado independente até ao reinado de Abba Gomol de Jimma, que conquistou o que restou do reino Garo. Na época em que o imperador da Etiópia Haile Selassie , anexo Jimma, um descendente de Dagoye, o último rei de Garo, estava vivendo em um estado de "semi-exílio" em Jiren.

Reino de Janjero

Reino de Janjero

O Reino de Janjero ou Yamma foi um pequeno reino localizado no que hoje é a Etiópia. Ele ficava a oeste do Reino de Jimma e ao sul do Reino de Garo.

História

Janjero é mencionado pela primeira vez em uma canção de vitória de Yeshaq I para o pagamento de tributo em cavalos. Os primeiros reis de Janjero pertenceram à dinastia Halmam Gama, que foi expulso pelo clã Mwa vindo do norte.

Em 1844, os guerreiros do Reino de Jimma derrotaram o exército de Janjero, e o rei de Janjero foi feito prisioneiro. Ele recuperou a liberdade em 1847, e retomou sua luta contra seu poderoso vizinho mais.

Jimma conquistou grande parte de Janjero em 1880. O resto do reino foi anexado no reinado de Menelik II, em 1894, e seu último rei, Abba Bagibo, fugiu para Gurage, mas finalmente apresentou-se ao imperador Menelik.

Durante a reorganização das províncias em 1942, o antigo reino foi absorvido para tornar-se parte da província de Kaffa. No entanto, com a nova Constituição de 1995, a área de Janjero tornou-se o especial Woreda Yem, formando o enclave da Região Oeste do rio Omo.


Fonte: Wikipédia
Tradução e Edição: Marcus García.

Reino de Gera

Reino de Gera

O Reino de Gera foi um dos reinos da região Gibe na Etiópia, que surgiu no século 19

O Reino compartilhou sua fronteira norte com Gumma, a sua fronteira oriental com a Gomma, e foi separada do Reino de Kaffa, ao sul pelo rio Gojeb. A sua capital era chamada ou Chala ou Cira. Seu território corresponde, aproximadamente, com o moderno woreda de Gera.

História

De acordo com Beckingham e Huntingford, há evidências de que a monarquia de Gera existiam antes da migração do povo Oromo. No entanto, a mais velha dinastia terminou com o assassinato de Ganje Tulu em 1840 pelo rei Oncho de Guma, e um novo fundado por Abba Baso.

A população do reino foi estimada em 1880 entre 15.000 e 16.000. O plantio e a colheita de milho em Gera seguia um calendário diferente de Gibe e outros reinos, em Gera era feito o plantio em abril e a colheita em agosto, nos outros o plantio era em fevereiro e a colheita em julho. Hassen Mohammed acrescenta que Gera "foi uma terra rica em mel" e observa que o mel de Gera tinha uma reputação de o melhor mel da Etiópia. Hassen enumera oito tipos de mel cultivados em Gera, o melhor é o Ebichaa ("dark" de mel), a partir do qual foi feito um hidromel conhecido como dadhi, a bebida da realeza e personalidades da região de Gibe.

De acordo com Trimingham, o reino teve sua maior prosperidade sob o rei Abba Magal, que havia sido convertido ao Islã, pelo rei Abba Jubir de Gumma em 1866, embora, segundo o Trimingham um certo número de seus súditos ainda professavam o cristianismo. O rei Gibe foi responsável por esta conversão: Trimingham atribui essa conquista à Abba Jubir de Gumma; Hassen Mohammed dá o crédito inicial de Abba Bagibo de Limmu-Ennarea, que se ofereceu para apoiar Abba Magal em sua luta pelo trono, Abba Magal permitiu que missionários muçulmanos entrassem em seu reino, e só mais tarde é que Abba Jubir influenciou na convenção de Magal.
Na morte do Rei Abba Magal, sua esposa Genne Fa atuou como regente de seu filho, ambos se tornaram prisioneiros de Jimma quando Gera foi conquistada por Dejazmach Besha Abua em 1887.


Fontes: Wikipédia / www.spiritus-temporis.com
Tradução e Edição: Valter Pitta